
No início, havia Namsara: filho do céu e do espírito, que carregava amor e alegria aonde quer que fosse. Mas onde há luz, deve haver escuridão – e havia Iskari. Filho do sangue e do luar. O destruidor. O portador da morte.
Essa é a lenda que Asha, filha do rei de Firgaard, aprendeu quando criança, sendo atraída para as figuras proibidas do passado. Mas quando ela se torna assassina de dragões é que assume o papel do próximo Iskari – um destino solitário que a deixa se sentindo mais como uma arma do que uma garota. Asha conquista cada dragão e traz a cabeça ao rei, mas nenhuma morte pode libertá-la da prisão que a aguarda em casa: o seu noivado com um comandante cruel, um homem que conhece a verdade sobre sua natureza na palma da mão.
Adoro livros com dragões, mas ainda não encontrei aquela história que me encantasse completamente. Quando li a sinopse de The Last Namsara fiquei super curiosa, porém esperava algo um pouco diferente do que realmente é. Fiquei surpresa com o livro, de forma bem positiva diga-se de passagem, mas tem algo que não me prendeu como eu gostaria.
Não, o livro não é ruim haha Bem pelo contrário, é muito bom! Mas a história não é envolvente e é um pouco difícil de gostar da Asha como ela merecia, especialmente pelo seu relacionamento com os outros personagens.
Asha foi queimada pelo grande dragão Kozu quando tinha apenas 8 anos e parte do seu rosto/corpo é marcado por isso. A personagem sofre com a sua aparência, mesmo sendo tão competente em seu papel de Iskari. Gostei muito de como a autora manteve a sensibilidade da personagem mesmo com os traumas sofridos. Asha caça e mata dragões para o seu pai, o Rei. Ela é ótima nisso, embora não goste de fazer o que faz. Para ela é uma obrigação com seu povo que a culpa pela devastação causada por Kozu. E além da baixa autoestima e fazer o que não gosta, ela ainda precisa enfrentar um noivo abusivo e insuportável.
O mundo da Asha praticamente luta contra ela desde sua infância, afinal ela só se tornou Iskari para provar para o povo que contar as antigas histórias e lendas para os dragões eram um erro de sua parte e servir de exemplo para quem ainda pratica essa arte proibida. A única forma de afeto que ela recebe é da prima e do escravo do seu noivo, Torwin. No contexto da história, os dois personagens são marginais naquela sociedade e Asha entra em constante batalha interna pela forma como se sente.
O que me incomoda um pouco na protagonista é que em momento algum ela se questiona sobre essa escravidão ou se revolta sobre como o noivo e o pai tratam os outros. A sua autoestima é tão baixa que ela não acha nem que é digna de lutar por outra causa sem ser a imposta pelo pai. O único traço real de sua personalidade só aparece quando o Rei propõe que ela mate Kozu para se libertar do casamento que será em poucos dias. E nessa busca pelo dragão que Asha começa a descobrir tramas e mentiras que sempre foram contadas para ela.
The Last Namsara possui um plot twist na metade da história e muitas coisas acontecem ao mesmo tempo. Todas são explicadas e contextualizadas, menos o fato do Rei querer a morte de Kozu, querer o fim das lendas e histórias que por muitos anos fez parte daquele povo. Espero que o segundo volume da trilogia traga as respostas.
Como disse no começo do post, The Last Namsara não era o que eu esperava, mas é uma história muito boa. Acredito que a forma como o enredo foi desenvolvido seja um pouco cansativo, já que as informações importantes só começam a aparecer da metade do livro em diante.
Todos os personagens são importantes para a trama e isso é super bacana. Queria mais background do Torwin, por exemplo, mas infelizmente não recebemos muito, provavelmente no segundo livro a autora aborde mais sobre o passado dele. ❤ A própria Asha merece mais desenvolvimento, porque o que recebemos dela é algo bem superficial e sempre focado nas antigas histórias e em sua sede de vingança.
Muitas pontas ficaram soltas ou não foram desenvolvidas aqui, mas tudo bem, já que é uma trilogia e é preciso ter plot para os outros volumes, especialmente com o final chocante que esse primeiro teve.
The Last Namsara é ótimo para quem gosta de fantasia, dragões, plot twists e romance. Mas se prepare para algumas cenas bem fortes de discriminação e tortura.