
Não se esqueça, é apenas um jogo…
Scarlett Dragna mora em uma pequena ilha com sua irmã Tella e seu pai, mais conhecido por suas crueldades do que qualquer outra coisa. De casamento marcado com um marido que o pai lhe arranjou, Scarlett acredita que sua chance de participar de Caraval – performance que acontece uma vez por ano e bem longe de sua ilha – acabou. Mas este ano Scarlett finalmente recebe o seu tão esperado convite.
Com a ajuda de um marinheiro misterioso, Tella foge com sua irmã para Caraval, mas assim que elas chegam no local, a menina é sequestrada pelo idealizador do jogo, Legend. O que acontece é que esse ano o tema de Caraval é encontrar Tella e se tornar o vencedor!
Quando Caraval foi anunciado e extremamente divulgado nas feiras literárias dos Estados Unidos no ano passado, confesso que não fiquei nem um pouco tentada por ele como metade dos leitores do mundo ficaram. E não, não é porque sou diferentona que isso aconteceu, mas porque sempre que pego livros com tema circense ele é chato, entediante e escrito daquela forma poética que a galera adora ler e eu detesto. Porém, com seu lançamento esse ano e muitas resenhas, resolvi dar uma chance e baixei a prova do livro na Amazon… se o primeiro capítulo me conquistasse eu compraria uma cópia. E ele conquistou.
Diferente dos livros de circo chatos que já li durante a vida (ok, foram dois, mas mesmo assim), Caraval tem uma linguagem super simples e a história não tem rodeios, ela acontece em fases que são divididas de acordo com as pistas que a Scarlett (irmã de Tella) recebe do criador do jogo, Legend, para chegar até o prêmio final, encontrar a irmã.
A Scarlett sempre foi a irmã certinha e boazinha, que aceita tudo o que o pai ordena para que sua irmã não sofra as consequências. E assim, o pai delas é o capiroto de tão ruim. Mas quando a Scarlett recebe um convite para participar dos jogos desse ano as duas embarcam com Julian para a ilha onde os jogos acontecem, fugindo desse pai cruel.
Assim que a Tella desaparece o livro fica bem melhor, porque apesar de tudo o que acontece no fim, a irmã mais nova da Scarlett é um pé no saco. 🙂 Julian e Scarlett ficam juntos e começam a participar do jogo que tem como tema encontrar Tella para ganhar e realizar um desejo dos ganhadores. E é nesse momento que Caraval fica muito bom!
Scarlett e Julian são as pessoas mais diferentes que podem existir, mas ao mesmo tempo em que são diferentes, eles são perfeitos para trabalhar e desvendar as pistas de Legend. O problema é que tudo nesse jogo é uma mentira, é ensaiado… Inclusive as pessoas mais próximas da Scarlett, deixando tudo muito mais interessante, confesso. Durante o desenrolar da história o leitor fica totalmente cego sobre o mundo real e o falso criado para o jogo e como a leitura é feita pelo POV da Scarlett… Toda vez que ela é enganada, o leitor também é. Adorei esse jogo de pistas e o que é verdadeiro e não é em Caraval.
Caraval me surpreendeu positivamente, especialmente por se tratar de um livro com temática circense + suspense + romance. A combinação deu muito certo.
A personagem principal, Scarlett, cresce bastante ao longo do livro, perdendo um pouco o medo de ir contra o que é certo, já que não precisa proteger mais a irmã. O que me deixou revoltada mesmo foi o final, fazendo com que todo o crescimento da personagem fosse posto de lado, de certa forma. Pelo menos foi o que eu achei, talvez os outros leitores tenham uma percepção diferente. Espero que no segundo volume algumas atitudes das personagens sejam repensadas pela autora.
Julian, apesar de não ser o personagem principal, ele é uma das melhores partes do livro haha A parceria dele e da Scarlett é muito divertida, os dois só brigam e discordam, o que deixa tudo muito engraçado e tenso.
O final, como comentei ali em cima, foi o que menos gostei, depois de todas as revelações fiquei com raiva de alguns personagens, mas isso não diminuiu o quanto gostei do livro como um todo haha Especialmente do Julian, porque não sei se ficou claro, mas eu gostei muito dele.
Se você gosta de YA com suspense, romance e uma pegada circense, com certeza vai achar Caraval divertido! E sério, o final é de acabar com o leitor haha
Um comentário em “Resenha: Caraval, Stephanie Garber”